segunda-feira, 9 de novembro de 2009

“Professores do Brasil: impasses e desafios”


O estudo “Professores do Brasil: impasses e desafios”, elaborado pelas professoras Bernardete Angelina Gatti e Elba Siqueira de Sá Barreto, e lançado Organização das Nações Unidas para a Educação e a Cultura (Unesco), traz informações sobre a condição docente envolvendo diferentes abordagens tais como as condições de trabalho, a formação inicial e continuada, a carreira e a remuneração.

O objetivo deste estudo foi o de examinar aspectos ligados à formação e à profissão docente no ensino básico brasileiro, questões críticas no cenário das políticas contemporâneas, particularmente ligadas ao grande desafio da melhoria da qualidade da educação para todos.

Segundo a pesquisa cerca de 3 mil professores no país têm baixos salários e formação deficiente: metade ganha menos de R$ 720. No Nordeste, a realidade salarial é pior ainda: 50% do professorado ganham menos de R$ 450.

Pelos dados, coletados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2006, constata-se que escolas públicas pagam melhor que as particulares.

O salário mediano para o ensino médio é de R$ 1.300 nas públicas e de R$ 1.000 nas privadas. No ensino fundamental, de R$ 745 nas públicas e R$ 525 nas privadas, enquanto no ensino infantil é de R$ 568 (públicas) e R$ 400 (privadas).

O estudo da Unesco mostra que mais de 20 mil professores da educação infantil e do ensino fundamental não foram além da 8ª série e parte desse grupo nem sequer concluiu o ensino fundamental.

O Ministério da Educação estima que 600 mil professores no Brasil não têm a formação adequada. O Nordeste tem o maior número, 13 mil docentes do ensino médio sem curso superior. A região também tem a maior quantidade de professores do ensino fundamental sem formação universitária. A oferta de educação nas zonas rurais é considerada absolutamente irrisória.

Tendo em vista a distribuição desigual das ofertas de vagas de estudo tanto nas faculdades públicas quanto nas privadas, a Unesco pede a maior articulação entre instituições de ensino superior e aquelas que admitem docentes para que formulem estratégias conjuntas de forma a sanar o problema.

Nesse ponto, o levantamento faz elogios aos programas do MEC para a formação de professores, apontando que o foco é acabar com problemas históricos da educação no país, ao mesmo tempo em que se demonstra a preocupação com a proliferação excessiva dos cursos a distância no setor.

Alguns dados da pesquisa:

Os professores:

a) Constituem o terceiro grupo ocupacional mais numeroso do país, apenas precedidos pelos escriturários e trabalhadores do setor de serviços, e, entre estes, o que possui o mais alto nível de instrução.
b) O poder público é responsável por 83% dos empregos do magistério. Destes, 77,6% estão na educação básica.
c) As mulheres ocupam 77% dos postos de trabalho.
e) A proporção dos docentes com apenas um trabalho na educação infantil é de 88,4%; no ensino fundamental, 82%; no ensino médio, 75%. A jornada média de trabalho docente é de 30 horas semanais.
f) Os que se declaram chefes de família são 28,5%, dentre os quais 69%, mulheres; 48% declaram-se cônjuges e somente 20%, se declaram filhos - PNAD, 2006.

Os estudantes (dados ENADE/Inep/MEC, 2005):

b) Menos da metade (46%) está na faixa etária adequada (18-24 anos).
f) Os licenciandos declaram raramente ler jornais, lêem poucos livros, frequentam a biblioteca com freqüência não muito alta (46% deles) e a maioria tem acesso à internet (81,3%), utilizando-a principalmente para fazer os trabalhos do curso (92,6%).
g) 53% declaram ter optado pelo curso porque querem ser professores, mas 21% o escolheram para ter uma opção se não conseguirem exercer outro tipo de atividade.

Quanto à formação dos professores:

a) Os cursos presenciais de licenciatura crescem 65% entre 2001 e 2006, porém as matrículas aumentam em ritmo muito mais lento: 39%.
b) A iniciativa privada tem grande predominância nas matrículas: Sudeste, 87,4% e Sul, 77%. Nas regiões menos prósperas há predominância das instituições públicas: Nordeste, 68,5% e Norte, 73% (Sinopse Estatística da Educação Superior, 2006).

Os currículos das instituições que formam professores:

a) Poucos os cursos que promovem aprofundamento da formação na educação infantil.
b) Os currículos não se voltam para as questões ligadas ao campo da prática profissional, seus fundamentos metodológicos e formas de trabalhar em sala de aula. Não se observa relação efetiva de entre teorias e práticas na formação docente
c) Constatação, segundo os próprios licenciandos, de que os cursos são dados em grande parte à base de apostilas, resumos e cópias de trechos ou capítulos de livros, ficando evidente um certo grau de precariedade nos conhecimentos oferecidos.

Formação continuada:

a) A maioria dos formadores não tem conhecimento dos contextos escolares e dos professores que estão a formar.
b) Os programas de formação não prevêem acompanhamento e apoio sistemático da prática pedagógica dos docentes.
c) Os professores têm dificuldade de prosseguir em suas práticas com eventuais inovações o término do programa.
d) A descontinuidade das políticas e orientações do sistema dificulta a consolidação dos avanços alcançados.

Salário e planos de carreira:

a) O salário inicial do professor tem, no geral, sido baixo, quando comparado a outras profissões que exigem formação superior.
b) A condição de remuneração de professores no Brasil é muito desigual, tanto nos diferentes níveis de ensino, como conforme a região e a dependência administrativa.
c) De acordo com a PNAD 2006, a média salarial dos docentes da educação básica é de R$ 927, mas a mediana, ou seja, o ponto em que 50% dos professores recebem abaixo desse valor, é R$ 720.
d) Apenas poucos ganham acima de R$ 2 mil e, no Nordeste, 60% ganham menos do que R$ 530.


fonte: UNESCO

sábado, 26 de setembro de 2009

O relacionamento entre pais e escola

Está na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): as escolas têm a obrigação de se articular com as famílias e os pais têm direito a ter ciência do processo pedagógico, bem como de participar da definição das propostas educacionais. Porém nem sempre esse princípio é considerado quando se forma o vínculo entre diretores, professores e coordenadores pedagógicos e a família dos alunos.


O relacionamento entre pais e escola

Neste vídeo, pais e mães dizem de que forma acompanham os estudos de seus filhos. A especialista Heloisa Zymanski, professora de Psicologia da Educação da PUC-SP, fala sobre a relação entre famílias e escolas.



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Que relação deve existir entre família e escola?




Que relação deve existir entre família e escola?

Neste vídeo Heloisa Zymanski, professora de Psicologia da Educação da PUC-SP, explica qual são as relações que devem existir entre famílias e escolas. “Quando a criança percebe que seus pais estão em uma aliança com a escola, ela se sente muito mais protegida” diz a especialista.

O relacionamento chega a ser ambíguo. Muitos gestores e docentes, embora no discurso reclamem da falta de participação dos pais na vida escolar dos filhos - com alguns até atribuindo a isso o baixo desempenho deles - não se mostram nada confortáveis quando algum membro da comunidade mais crítico cobra qualidade no ensino ou questiona alguma rotina da escola. Alguns diretores percebem essa atitude inclusive como uma intromissão e uma tentativa de comprometer a autoridade deles. Já a maioria dos pais, por sua vez, não participa mesmo. Alguns por não conhecer seus direitos. Outros porque não sabem como. E ainda há os que até tentaram, mas se isolaram, pois nas poucas experiências de aproximação não foram bem acolhidos e se retraíram.

No Brasil, o acesso em larga escala ao ensino se intensificou nos anos 1990, com a inclusão de mais de 90% das crianças em idade escolar no sistema. Para as famílias antes segregadas do direito à Educação, o fato de haver vagas, merenda e uniforme representou uma enorme conquista. "Muitos pais veem a escola como um benefício e não um direito e confundem qualidade com a possibilidade de uso da infraestrutura e dos equipamentos públicos. Isso de nada adianta se a criança não aprender", afirma Maria do Carmo Brant de Carvalho, coordenadora geral do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), em São Paulo.

A escola foi criada para servir à sociedade. Por isso, ela tem a obrigação de prestar contas do seu trabalho, explicar o que faz e como conduz a aprendizagem das crianças e criar mecanismos para que a família acompanhe a vida escolar dos filhos. "Os educadores precisam deixar de lado o medo de perder a autoridade e aprender a trabalhar de forma colaborativa", afirma Heloisa Szymanski, do Departamento de Psicologia da Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Um estudo realizado pelo Convênio Andrés Bello - acordo internacional que reúne 12 países das Américas - chamado A Eficácia Escolar Ibero-Americana, de 2006, estimou que o "efeito família" é responsável por 70% do sucesso escolar. "O envolvimento dos adultos com a Educação dá às crianças um suporte emocional e afetivo que se reflete no desempenho", afirma Maria Amália de Almeida, do Observatório Sociológico Família-Escola, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Mas o que significa uma parceria saudável entre essas duas instituições? Os pais devem ajudar no ensino dos conteúdos e os professores no dos bons modos? Claro que não. A colaboração que se espera é de outra ordem. "O papel do pai e da mãe é estimular o comportamento de estudante nos filhos, mostrando interesse pelo que eles aprendem e incentivando a pesquisa e a leitura", diz Antônio Carlos Gomes da Costa, pedagogo mineiro e um dos redatores do ECA (leia sobre o que a família pode fazer para ajudar na Educação dos filhos no quadro abaixo). Para isso, é preciso orientar os pais e subsidiá-los com informações sobre o processo de ensino e de aprendizagem, colocá-los a par dos objetivos da escola e dos projetos desenvolvidos e criar momentos em que essa colaboração possa se efetivar.

Quando o assunto é aprendizagem, o papel de cada um está bem claro - da escola, ensinar, e dos pais, acompanhar e fazer sugestões. Porém, se o tema é comportamento, as ações exigem cumplicidade redobrada. Ao perceber que existem problemas pessoais que se refletem em atitudes que atrapalham o desempenho em sala de aula, os pais devem ser chamados e ouvidos, e as soluções, construídas em conjunto, sem julgamento ou atribuição de culpa. "Um bom começo é ter um diálogo baseado no respeito e na crença de que é possível resolver a questão", acredita Márcia Gallo, diretora da EME Professora Alcina Dantas Feijão, em São Caetano do Sul, SP, e autora do livro A Parceria Presente: A Relação Família-Escola numa Escola de Periferia de São Paulo.

Visando ajudar você a dar os passos necessários para cumprir o dever legal e social de ter um relacionamento de qualidade com as famílias, NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR elaborou uma lista com 13 ações, que vão desde o acolhimento no começo do ano letivo até as atividades de integração social. Dê sua opinião sobre o assunto no final desta página, em "comentários". A consultora Márcia Gallo responderá suas dúvidas.

Confira a publicação completa: Revista Escola



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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Por que as mudanças são tão lentas na educação?


Por que numa época de grandes mudanças sociais, elas acontecem de forma tão lenta na educação? Por que profissionais educacionais bem preparados demoram para executar mudanças pedagógicas e gerenciais necessárias?

*José Manuel Moran

Mudanças dependem de uma boa gestão institucional com diretrizes claras e poder de implementação, tendo os melhores profissionais, bem remunerados e formados (realidade ainda muito distante). Mas um dos caminhos que pode esclarecer algumas dificuldades da mudança pessoal é que as pessoas têm atitudes diferentes diante do mundo, da profissão, da vida. Em todos os campos encontramos profissionais com maior ou menor iniciativa, mais ou menos motivados, mais convencionais ou proativos. Nas instituições educacionais – organizações cada vez mais complexas - convivem gestores e professores com perfis pessoais e profissionais bem diferentes.

Numa primeira análise, constatamos que existem, basicamente, dois perfis profissionais (com diferentes variáveis e justificativas): os automotivados e os que precisam de motivações mais externas. Os automotivados são mais ativos, procuram saídas, não se detêm diante dos obstáculos que aparecem e por isso costumam realizar mais avanços a longo prazo. Os motivados externos são mais dependentes, precisam ser mais monitorados, orientados, dirigidos. Sem essa motivação externa perdem o ímpeto, quando aparecem dificuldades, ou quando o controle diminui. Os automotivados pesquisam e, com poucos recursos ou condições, constroem novos projetos. Os dependentes, nas mesmas ou melhores condições, preferem executar tarefas, obedecer ordens, realizar o que outros determinam. Os dependentes querem receitas, os automotivados procuram soluções. Por que uns são mais motivados do que outros? Uma das explicações, na minha opinião, é que os motivados procuram ou encontram um sentido mais profundo no que fazem na vida do que os dependentes, que encaram a educação mais como profissão e sobrevivência econômica, sem outros ideais que os orientem.

Nas mesmas instituições educacionais e nas mesmas condições, gestores, professores, funcionários mostram posturas e perfis diferentes. Encontramos basicamente quatro tipos de profissionais:

1. Profissionais previsíveis

São gestores e professores que aprendem modelos e tendem a repeti-los permanentemente. Gostam da segurança, do conforto da repetição. Dependem de motivações externas. Fazem pequenas alterações, quando pressionados, mas, se a pressão da autoridade diminui, o comportamento tradicional se restabelece.
Encontramos profissionais previsíveis competentes, que realizam um trabalho exemplar, sério, dedicado. E encontramos também previsíveis pouco competentes, pouco preparados, que copiam modelos, receitas sem muita criatividade.

2. Profissionais proativos, automotivados

São gestores e professores que buscam sempre soluções, alternativas, novas técnicas, metodologias. Procuram, em condições menos favoráveis, fazer mudanças (se motivam para continuar aprendendo). Diante de novas propostas ou idéias, fazem pesquisa, e procuram implementá-las e avaliá-las.

Temos duas categorias de proativos: Uns são dinâmicos, ágeis e implementam soluções previsíveis, conhecidas, aprendidas em palestras ou cursos de formação. Outros são proativos inovadores: Trazem propostas diferenciadas, ainda não tentadas antes. Ambos são importantes para fazer avançar a educação, mas é dos inovadores neste momento que precisamos mais.

3. Profissionais acomodados

São professores e gestores que procuram a educação porque – na visão deles - é uma profissão pouco exigente e muito segura. Não se ganha muito, mas permite ser levada como “um bico”, sem muito compromisso. São profissionais burocráticos, que fazem o mínimo para se manter; questionam os motivados, os jovens idealistas; culpam o governo, a estrutura, os alunos pelos problemas. Muitas vezes ocupam cargos importantes e os utilizam em proveito próprio ou de grupos específicos, que os apóiam ou elegem. São um peso desagregador e imobilizador nas escolas, que torna muito mais difícil realizar mudanças.


4. Profissionais com dificuldades maiores

Alguns tem dificuldades momentâneas ou conjunturais. Passam por uma crise pessoal ou familiar, ou alguma doença que dificulta o seu desempenho profissional. Com o tempo se recuperam e retomam o ritmo anterior. Mas também há profissionais que possuem dificuldades mais profundas. Pode ser de relacionamento - são difíceis, complicados, não sabem trabalhar em grupo – de esquizofrenia, de autocentramento – se acham os donos do mundo – e tantas outras. São pessoas difíceis, que complicam muito o andamento institucional, a relação pedagógica e a gestão escolar.

Nas instituições convivem estes quatro tipos de profissionais, que contribuem de forma diferente para os avanços necessários na educação:

Os previsíveis, mesmo vendo os problemas, preferem continuar com sua rotina confortável e só mudam com uma pressão continuada externa.
Os proativos estão prontos para fazer mudanças, mesmo antes de serem solicitadas institucionalmente e procuram implementá-las em pequena escala, quando não há ainda uma política institucional que favoreça as mudanças.
Os acomodados são os que mais criticam o estado das coisas, os que culpam os demais pelos problemas – governo, direção, alunos mal preparados, condições de trabalho, salários baixos – e utilizam esses questionamentos que fazem sentido para justificar sua não ação, sua pouca preocupação com as mudanças efetivas. Criticam muito, realizam pouco e atrapalham os proativos, muitas vezes com críticas corrosivas e pessimistas (“já vimos esse filme antes e não deu em nada”, “isso é fogo de palha, idealismo de jovens...”).
Os que têm dificuldades maiores são também um peso na mudança, porque ou estão em um período complicado e pouco podem contribuir ou possuem personalidades difíceis, ariscas, autoritárias, que tornam complexa a convivência, quanto mais a mudança.

*Professor de Comunicação na USP

Texto completo em www.eca.usp.br/prof/moran/lentas.htm

Blog Educação Humanista e Inovadora

domingo, 28 de junho de 2009

Prêmio Victor Civita – Educador Nota 10



O Prêmio Victor Civita – Educador Nota 10 é uma iniciativa da Fundação Victor Civita (FVC) que visa identificar, valorizar e divulgar experiências educativas de qualidade, planejadas e executadas por professores, diretores e coordenadores pedagógicos em escolas de ensino regular.

O período de inscrições para as duas categorias é de 10 de junho a 12 de julho de 2009. As inscrições devem ser feitas exclusivamente via internet.

Os participantes deverão preencher a FICHA DE INSCRIÇÃO e anexar o projeto escrito no site www.fvc.org.br.

A inscrição está aberta para experiências escolares que possam ser comprovadas e tenham sido realizadas e concluídas entre 2008 e junho de 2009, sendo que cada participante só pode inscrever um trabalho.

O trabalho, mesmo que desenvolvido em grupo, deve ser inscrito no nome de apenas um(a) educador(a). No caso de experiências coletivas, devem ser mencionados os demais participantes.

Solidariedade - Operação Sorriso


Projeto AMPLA

A Ampla está buscando 125 crianças que tenham seqüelas como: lábio-leporino e fenda palatina para realizar gratuitamente a cirurgia de reparação.


Se você conhece alguém que tenha alguma dessas deficiências, por favor, informe o telefone da Ampla (21) 2562-2822 ou o site
www.operacaosorriso.org.br


Colaborem na divulgação dessa rara atitude de solidariedade
empresarial.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Programa Extra-Classe aborda profissões ambientais neste domingo (14/6)

O Extra-Classe, programa de TV do Sinpro Minas, vai debater, neste domingo (14/6), as profissões ambientais e o papel delas na formação de uma consciência ecológica. A mestre em Controle de Contaminação Ambiental e doutoranda em Geografia Ângela Maria da Silva Gomes será a entrevistada de estúdio.
Não perca!
Todo domingo, às 8h55, pela TV Band Minas.




Roteiro e Direção: Taís Ferreira
Produção: Rogéria Rocha
Reportagem: Cecília Alvim e Saulo Martins
Apresentação: Denilson Cajazeiro

Fórum Técnico de Educação

O SESC Minas Gerais irá realizar, em 02 de julho, o Fórum Técnico de Educação. O objetivo do evento é refletir sobre os novos rumos da educação, além de contribuir para o aperfeiçoamento do desempenho docente.

Educadores de escolas municipais e estaduais participarão desta edição do Fórum, que conta com a presença de importantes nomes da área como Rubem Alves, Edina Bom Sucesso, Tião Rocha e Mário Sérgio Cortella.

As inscrições poderão ser realizadas de 1º a 20 de junho, na Rua Caetés, 603, Centro, Belo Horizonte, mediante doação de 2 kg de alimentos não-perecíveis.

Mais Informações pelo telefone (31) 3279-1503 ou 3272-0150.

Enviado por Perla Horta

Cadastro Escolar começa dia 15

Os pais das crianças que vão completar 6 anos de idade até 30 de junho de 2010 devem ficar atentos. As inscrições para o cadastramento escolar 2010 na rede pública de ensino serão realizadas no período de 15 a 19 de junho.

O cadastro escolar é unificado na rede pública de ensino, integrando Município e Estado, e garante uma vaga na escola estadual ou municipal mais próxima da residência da criança.

Em Belo Horizonte, os pais devem ir a uma agência dos correios e, no Interior do estado, haverá postos de inscrição em todos os municípios.

A inscrição é isenta de pagamento de taxas por parte do candidato.

A superintendente estadual de Organização Escolar, Maria Regina Moreira, afirmou que todos os inscritos terão vaga garantida em uma escola pública estadual ou municipal.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Sugestão visita guiada para alunos


Semana do Meio Ambiente

5 de junho
ABERTURA DA SEMANA DO MEIO AMBIENTE
- Encerramento da expedição pelo Rio das Velhas-2009;
- Comemoração ao dia Mundial do Meio Ambiente
Horário: 9h30
Local: Palácio da Liberdade

6 de junho
PALESTRA DESAFIOS DA SUSTENTABILIDADE E RESÍDUO É ENERGIA – José Claúdio Junqueira
Horário: 11h às 13h
Local: TEATRO L2 – PÁTIO SAVASSI

7 de junho

1º PASSEIO CICLÍSTICO RECICLOVIA – PEDALANDO PELO MEIO AMBIENTE Horário: 9h às 11h
Local: Saída da Praça da Estação com destino ao Centro Mineiro de Referência em Resíduos – CMRR (Rua Belém, 40 – Esplanada)
Para participar: encaminhe o Formulário de Inscrição para o e-mail:
reciclovia@meioambiente.mg.gov.br
Informações: 3219-5208/5214

8 de junho
APRESENTAÇÃO TEATRAL – “NO QUINTAL DA TERRA” (Asas Produções)
Horário: 9h30
Local: CMRR
Informações e inscrições: comunicacao@cmrr.mg.gov.br

SÉRIE DIÁLOGOS – SUSTENTABILIDADE E RESÍDUOS – RESÍDUOS ELETRO-ELETRÔNICOS
Horário:18h30
Local: CMRR Informações e inscrições: 3465 1227 ou comunicacao@cmrr.mg.gov.br
Diálogos: Sustentabilidade e Resíduos / Minas Recicla


Tema: "Resíduos Eletroeletrônicos"
Data: 8 de junho de 2009
Horário: das 18h às 21h30
Painéis:
Projeto 3RsPCs - Resíduos Eletroeletrônicos - José Cláudio Junqueira: Presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente

A Problemática dos Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos e uma Proposta para o Gerenciamento em Belo Horizonte - Rosana Gonçalves Ferreira Franco: Analista Ambiental da Fundação Israel Pinheiro / Programa Minas sem lixões

Ecodesign como Estratégia de Gestão dos Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos - Américo Guelere Filho: Pesquisador da USP / São Carlos

Diagnóstico dos Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos em Minas Gerais - Gustavo Tetzl Rocha: Consultor da Fundação Estadual do Meio Ambiente - Feam e da Swiss Federal Laboratories for Materials Testing and Research - EMPA

Mediador - Liséte Lange: Professora do Dep. de Engenharia Sanitária e Ambiental do (Desa) / UFMG

Debatedor - Fabiana Goulart de Oliveira: Coordenadora do Insea / Assessora Técnica da ASMARE
Local: Auditório do CMRR
Inscrições gratuitas
Informações: (31) 3465.1227 ou cmrr@cmrr.mg.gov.br


9 de junho

PALESTRA : RELATÓRIO HOMO-SAPIENS – DIFICULDADES DA PERCEPÇÃO HUMANA DOS DESAFIOS SOCIOAMBIENTAIS – Genebaldo Freire Dias
Horário: 9h30
Local: Auditório do CMRR
Informações e Inscrições: 3468-7079 ou email: ambientacao.feam@meioambiente.mg.gov.br


10 de junho
LANÇAMENTO - INDICADORES AMBIENTAIS 2008 – José Cláudio Junqueira
Horário: 14h
Local: CMRR

OFICINAS:
SABÃO FEITO COM REAPROVEITAMENTO DE ÓLEO DE COZINHA Dia: 05/06/09
Horário: 9h às 11h
Local: CMRR Informações e Inscrições: 3465-1206

APROVEITAMENTO INTEGRAL DE ALIMENTOS
Dia: 05/06/09
Horários: 14h às 17h
Local: CMRR
Informações e Inscrições: 3465-1206

EXPOSIÇÕES
TUBISMO – ESCULTURAS DE AÇO INOXIDADO COM RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO DE PONTES (Artista: RICARDO CARVÃO) Local: CMRR
Horário: 9h às 17h

ESCULTURAS EM FORMATO CILÍNDRICO CRIADAS COM CARRETÉIS VAZIOS DE SOLDA MGI E TIRAS METÁLICAS - (Artista: RICARDO CARVÃO) Local: CMRR
Horário: 9h às 17h

BIJUTERIAS MONTADAS COM RESÍDUOS ELETRO-ELETRÔNICOS (Artista: Naná Hayne) Local: CMRR Data: 05 a 10 de junho

ARTE ÚNICA” (Artista: Fátima Monteiro) - Objetos feitos de plástico, papel, madeira. Local: 3º andar – Sisema Data: 01 a 10 de junho

UNIDADE DE CONSERVAÇÃO: UM OLHAR EM FOCO” – Exposição de fotografias (Evandro Rodney)
Local: BIG SHOPPING
Data: 1 a 7 de junho
MOSTRA ARTE SUSTENTÁVEL DE SONHAR - Esculturas confeccionadas com papelão, PET e diferentes sucatas (Artista: OCEANO CAVALCANTE)

Local: PÁTIO SAVASSI – 2º ANDAR
Data: 5 A 15 JUNHO


Perla Horta
Produtora Cultural

domingo, 24 de maio de 2009

PRÓXIMA REUNIÃO DO COLEGIDADO DA ESCOLA BUENO BRANDÃO

PRÓXIMA REUNIÃO:
27 DE MAIO - quarta-feira
18 horas


Pauta: Organização Festa "Julina"
Para que a festa seja um sucesso, é necessário um bom planejamento.

Participe!

Dicas úteis: http://www.festajunina.com.br/

Caso não possa participar, pessoalmente, deixe sua sugestão no blog:
envie email para: colegiadobueno@gmail.com

ATENÇÃO:

· As reuniões do Colegiado Escolar são realizadas na sede da escola sob a presidência da diretora, permitido o livre acesso de interessados da comunidade escolar - pais, alunos, professores, funcionários.

segunda-feira, 18 de maio de 2009


Data: 23 de maio de 2009

a partir das 9 horas da manhã

Local: Escola Estadual Bueno Brandão




Venha festejar a importância da família.
O resgate de valores através das gerações.
Avós, pais, mães, tios, primos...
A família de ontem e hoje.

Gerações em Diálogo

Durante a infância, o meu avô era o meu melhor amigo. Quando estávamos juntos, tudo me parecia perfeito.

Gostávamos ambos de passear pelos bosques. Nunca íamos muito longe, nem andávamos muito depressa. Escolhíamos caminhos sinuosos. Enquanto caminhávamos, fazia‑lhe imensas perguntas.

― Avô, por que…?

― O que se passaria se…?

― Será que às vezes…?

Um dia, perguntei-lhe:

― Avô, o que é uma oração?

O meu avô ficou em silêncio durante muito tempo. Quando chegámos junto das árvores mais altas da floresta, respondeu-me com uma pergunta:

― Alguma vez ouviste o murmúrio das árvores?

Pus-me à escuta, atento, mas em vão.

― Vê como as árvores sobem até ao céu. Tentam subir sempre mais. Querem chegar às nuvens, ao sol, à lua e às estrelas. Procuram elevar-se até ao céu.

Pensei nas árvores, procurei ouvi-las. Enquanto reflectia, sentei-me numa rocha velha, coberta de musgo. O meu avô explicou:

― As rochas e as montanhas também falam connosco. A sua calma e o seu silêncio inspiram-nos tranquilidade.

Depois de ter reflectido durante bastante tempo, peguei numa pedra e coloquei-a no meu bolso.

Caminhámos um pouco mais, até junto de um ribeiro. A água borbulhava, cintilava, e viam-se pequenos peixes a nadar.

― Avô, os ribeiros também murmuram?

― Claro. Bem como todos os lagos, rios e cursos de água. Às vezes, correm tranquilamente. Espelham as nuvens, os pássaros, o sol ou as estrelas. Outras vezes, escoam-se em redemoinhos, lançam-se no mar ou evaporam-se no céu. E o ciclo recomeça… Também se riem e divertem com os seus amigos rochedos. Dançam, saltam, tornam a cair…

― Mas a natureza conhece outras formas de se exprimir. As ervas altas procuram o sol e as flores exalam o seu perfume doce. Quanto ao vento, sussurra, geme, suspira, e sopra-nos as suas palavras.

― Escuta o canto dos pássaros de manhã cedo, escuta o seu silêncio antes do nascer do sol. Consegues ouvir a melodia do pintarroxo ao cair da tarde? Os animais correm pela floresta, tornam-se reluzentes com a água, escalam montanhas, voam até às nuvens, ou refugiam-se na terra. É assim que todos os seres vivos participam na beleza do mundo…

Calámo-nos os dois. O meu avô olhava o horizonte e eu reflectia no que ele me tinha dito sobre as rochas, as árvores, a erva, os pássaros e as flores. Acabei por lhe perguntar de que modo rezavam os homens.

O meu avô sorriu e passou a mão pelos meus cabelos. Respondeu:

― Tal como a natureza, os homens têm a sua linguagem própria. Podem inclinar-se para cheirar uma flor, ver o sol despontar no horizonte, sentir a terra mover-se docemente, ou saudar o dia que começa. Podemos passear num bosque coberto de neve num dia de Inverno e ver o nosso próprio sopro confundir-se com o sopro do mundo. A música e a pintura são também formas de nos exprimirmos, de falarmos…

― Às vezes, sentimo-nos tristes, doentes ou isolados. Então, repetimos as palavras que os nossos pais e avós nos legaram. Mas é preciso que cada um encontre as suas próprias palavras. O que é importante é dizer o que verdadeiramente se sente, o que nos vem do coração.

Passado algum tempo, o meu avô disse-me que eram horas de regressar. Mas eu tinha uma última pergunta:

― Há respostas para as nossas orações?

Sorriu.

― Se as escutarmos atentamente, as orações contêm as suas próprias respostas. Nós somos como as árvores, o vento e a água. Não podemos mudar o que nos rodeia, mas podemos mudar-nos a nós mesmos. É evoluindo que transformamos o mundo.

Depois deste passeio, ainda voltámos a passear juntos. De cada vez, tentei escutar as vozes da terra, mas creio que nunca as ouvi.

Um dia, o meu avô deixou-nos. Continuei a pensar nele com todas as minhas forças, mas ele não voltou. Não podia voltar. Rezei até mais não poder. Depois, deixei de o fazer. Sem ele, tudo me parecia sombrio, e sentia-me muito só.

Alguns anos mais tarde, durante um passeio, sentei-me debaixo de uma árvore enorme. Os ramos mexiam e as folhas sussurravam. Ouvi o murmúrio de um ribeiro e o canto de um pintarroxo, pendurado numa madressilva. Ouvi também um ligeiro sussurro, misturado com o sopro do vento, com o canto dos pássaros e com o marulho da água.

Tal como o meu avô me ensinara, a terra falava comigo. Então, também eu murmurei, docemente:

― Obrigado pelas árvores grandes e pelas flores, pelos rochedos e pelos pássaros. E, sobretudo… obrigado pelo meu avô!

Foi então que algo aconteceu. Senti – outra vez – o meu avô perto de mim…

E, pela primeira vez desde há muito tempo, tudo me parecia perfeito.


Douglas Wood
Escuta as vozes da terra
Paris, Gründ, 2000
Tradução e adaptação
De Verticalizar
http://dialogodegeracoes.wordpress.com

CALENDÁRIO REUNIÕES COLEGIADO - 2009



27 DE MAIO (COMISSAO ORGANIZADORA DA FESTA JULINA) PARTICIPE!





09 DE JUNHO
01 DE JULHO
18 DE AGOSTO
16 DE SETEMBRO
29 DE SETEMBRO
27 DE OUTUBRO
18 DE NOVEMBRO
01 DE DEZEMBRO
16 DE DEZEMBRO

· As reuniões do Colegiado Escolar são realizadas na sede da escola sob a presidência da diretora, permitido o livre acesso de interessados.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

1ª REUNIÃO DO COLEGIADO EM 2009

Os membros eleitos do Colegiado foram convocados para a 1ª REUNIÃO DO COLEGIADO EM 2009.

Data: 15 maio de 2009
Horário: 12 horas
Local: Biblioteca da Escola


PAUTA:
Prestação de contas
Assuntos Gerais

ATENÇÃO:
As reuniões são abertas a toda comunidade.
Caso não possa participar pessoalmente, deixe sua sugestão na secretaria da escola ou envie e-mail para: colegiadobueno@gmail.com

Garanta a participação efetiva da comunidade escolar na gestão da escola.

http://www.colegiadobuenobrandao.blogspot.com
e-mail: colegiadobueno@gmail.com

Espaço para pais, mães, alunos, membros do colegiado e funcionários da Escola.

SUA PARTICIPAÇÃO É MUITO IMPORTANTE!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Programa de Tv ExtraClasse Sindicato dos Professores MG

O programa Extra-Classe desta semana faz uma reflexão sobre a a questão da reforma urbana e as condições de ocupação das cidades. O programa vai mostrar um pouco do cotidiano das pessoas que lutam pelo direito à moradia em Belo Horizonte. O entrevistado será o arquiteto e urbanista José Abílio Belo Pereira. Além disso, você confere a opinião da diretoria do Sindicato dos Professores sobre temas da atualidade, o Sinpro em Movimento e a programação do Cineclube Joaquim Pedro de Andrade.

Programa Extra-Classe, todo domingo, às 8h55, pela TV Bandeirantes.

apresentação: Denilson Cajazeiro
Roteiro,Direção e Edição de Texto: Taís Ferreira
Produção: Rogéria Rocha
Reportagem: Cecília Alvim e Saulo Martins

sábado, 18 de abril de 2009

Saúde do professor será tema do ExtraClasse

Neste domingo (19/3), às 8h55, o programa Extra-Classe faz uma reflexão sobre a saúde do professor e os fatores que levam ao desgaste físico e mental no ambiente de trabalho. O programa apresenta detalhes de uma pesquisa inédita sobre a saúde e as condições de trabalho dos professores e dos auxiliares de administração escolar, feita pelo Sinpro Minas, o SAAE-MG e a FITEE, em parceria com o Ministério do Trabalho, através da Fundacento. Para falar sobre o estudo foi convidada a diretora do Sinpro Minas Maria das Graças de Oliveira.

O programa traz ainda, no quadro Ponto de Vista, a opinião da diretoria do Sinpro Minas sobre temas da atualidade, a agenda da semana e a programação do Cine Clube: Especial Jornalismo com o filme Cidadão Kane de Orson Welles.

Confira!

Todo domingo 8H 55 da manhã na TV Bandeirantes
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quinta-feira, 5 de março de 2009

EDUCAÇÃO QUE TEMOS, EDUCAÇÃO QUE QUEREMOS


Movimento Educação que temos, educação que queremos será lançado no dia 11/3

Na próxima quarta-feira (11/3), será lançado, às 16h, na Casa do Jornalista, o movimento Educação que temos - Educação que queremos, visando a participação efetiva de toda a comunidade educacional nas discussões sobre o Plano Decenal de Educação de Minas Gerais.

Lançamento do movimento
EDUCAÇÃO QUE TEMOS, EDUCAÇÃO QUE QUEREMOS
Local: Casa do Jornalista (Rua Álvares Cabral - 400 - Centro/BH)
Data: 11/3/09 - quarta-feira Horário: 16 horas

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

"Planejar é antecipar ações para atingir certos objetivos"

Foto: Rodrigo Erib

FALA, MESTRE! - CELSO VASCONCELLOS
Especialista critica a burocracia e diz que o coordenador pedagógico deve se aliar a outros colegas para não se sentir sozinho
Paula Monteiro
Celso dos Santos Vasconcellos já foi professor, coordenador pedagógico e gestor escolar. Ao longo de sua extensa carreira de educador, participou de inúmeros processos de planejamento nas escolas e gosta de dizer que aprendeu muitas lições. "Às vezes, há uma tentação enorme de ficar gastando tempo com problemas menores, quase sempre da esfera administrativa ou burocrática. Justamente por isso é tão importante planejar o planejamento", afirma. Doutor em Educação pela Universidade de São Paulo, mestre em História e Filosofia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e autor de diversos livros sobre esse assunto, o especialista fala na entrevista a seguir a respeito dos meandros do processo de elaboração das diretrizes do trabalho da escola.




CELSO VASCONCELLOS

Por onde se deve começar um bom planejamento?
CELSO VASCONCELLOS Depende muito da dinâmica dos grupos. Existem três dimensões básicas que precisam ser consideradas no planejamento: a realidade, a finalidade e o plano de ação. O plano de ação pode ser fruto da tensão entre a realidade e a finalidade ou o desejo da equipe. Não importa muito se você explicitou primeiro a realidade ou o desejo. Então, por exemplo, não há problema algum em começar um planejamento sonhando, desde que depois você tenha o momento da realidade, colocando os pés no chão. Em alguns casos, se você começa o ano fazendo uma avaliação do ano anterior, o grupo pode ficar desanimado - afinal, a realidade, infelizmente, de maneira geral, é muito complicada, cheia de contradições. Às vezes, começar resgatando os sonhos, as utopias, dependendo do grupo, pode ser mais proveitoso. O importante é que não se percam essas três dimensões e, portanto, em algum momento, a avaliação, que é o instrumento que aponta de fato qual é a realidade do trabalho, vai aparecer, começando o planejamento por ela ou não.

É possível realizar um processo de ensino e aprendizagem sem planejar?
VASCONCELLOS É impossível porque o planejamento é uma coisa inerente ao ser humano. Então, sempre temos algum plano, mesmo que não esteja sistematizado por escrito. Agora, quando falamos em processo de ensino e aprendizagem, estamos falando de algo muito sério, que precisa ser planejado, com qualidade e intencionalidade. Planejar é antecipar ações para atingir certos objetivos, que vêm de necessidades criadas por uma determinada realidade, e, sobretudo, agir de acordo com essas ideias antecipadas.

Em alguns contextos, o planejamento ainda é encarado como um instrumento de controle?
VASCONCELLOS Sim, em algumas escolas e redes, ele ainda é um instrumento burocrático e autoritário. Em um sistema autoritário, o planejamento é uma arma que se volta contra o professor porque o que ele disser - ou alguém disser por ele - que vai ser feito tem que ser cumprido. Caso contrário, ele foi incompetente. E, nem sempre, conseguimos fazer o que planejamos. Por diversas razões, inclusive por falha nossa, mas não unicamente por isso. No entanto, o movimento da sociedade e o processo de redemocratização têm favorecido o conceito de planejamento como real instrumento de trabalho e não como uma ferramenta de controle dos professores.

Qual a relação entre o planejamento e o projeto político pedagógico?
VASCONCELLOS Nesse processo de planejar as ações de ensino e aprendizagem, existem diversos produtos, como o projeto político pedagógico, o projeto curricular, o projeto de ensino e aprendizagem ou o projeto didático, que podem ou não estar materializados em forma de documentos. O ideal é que estejam. Quando falamos do planejamento anual das escolas, temos como referência o projeto político pedagógico.

"Não há problema em começar sonhando, desde que depois você tenha o momento da realidade."

É possível fazer um planejamento sem conhecer o projeto político pedagógico da escola?
VASCONCELLOS Um projeto, a escola sempre tem, mesmo que ele não esteja materializado em um documento. Agora, o ideal é que esse projeto seja público e explicitado. Na hora do planejamento anual, ele deve ser usado como algo vivo, como um termômetro para toda a comunidade escolar saber se o trabalho que está sendo planejado está se aproximando daqueles ideais políticos e pedagógicos ou não.

Como evitar que o tempo dedicado ao planejamento anual não seja desperdiçado?
VASCONCELLOS Nas escolas, o coordenador pedagógico é o responsável por esse processo. É preciso prever momentos específicos para cada tipo de assunto e ser firme na coordenação. Às vezes, há uma tentação muito grande em ficar gastando tempo do planejamento com problemas menores, administrativos ou burocráticos. Então, é muito importante planejar o planejamento, reservando momentos específicos para cada assunto, e ser rigoroso no cumprimento dessa organização. Ele precisa ser um coordenador pedagógico forte, mas onde buscar apoio para se fortalecer? Em alguns casos, há o apoio da direção, mas é muito importante que ele faça parte de um grupo com outros profissionais no mesmo cargo para trocar experiências e sentir que não está sozinho nesse trabalho.

Com que frequência as ações do planejamento anual devem ser revistas pela equipe?
VASCONCELLOS Eu insisto muito na reunião pedagógica semanal. Na minha opinião, esse encontro não deve ser por área, e sim com todos os professores daquele ciclo, daquele período. Se todos os professores, por exemplo, do ciclo II do Ensino Fundamental do período da manhã estão presentes no mesmo momento, em um dia fixo da semana, no período da tarde, durante cerca de duas horas, o coordenador pedagógico pode montar reuniões por área, ou por nível ou gerais, conforme as necessidades. Esse momento de encontro é imprescindível para planejar um trabalho de qualidade com coerência entre os professores. Além de ser um momento de socialização. Existem professores que descobrem coisas excelentes que vão morrer com ele porque não foram sistematizadas nem ele compartilhou aquelas descobertas. E, na hora do planejamento, há a possibilidade de reservar um momento para isso.

Existe algum momento que deve ser planejado com mais cuidado?
VASCONCELLOS Sim, as primeiras aulas. Principalmente das séries iniciais. Existem estudos que mostram que a boa relação professor/aluno pode ser decidida nessas aulas. Há pesquisas que vão além e apontam os primeiros instantes da primeira aula como determinantes do sucesso da atividade docente. Então, se o professor tem de preparar bem todas as aulas, as primeiras precisam de mais cuidado. E não é só determinar os conteúdos a ser abordados, os objetivos a atingir e a metodologia mais adequada. É, sobretudo, se preparar, tornar-se disponível para aqueles alunos, acreditando na possibilidade do ensino e da aprendizagem, estando inteiramente presente naquela sala de aula, naquele momento.


Entrevista publicada em:
http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/Esp_024/aberto/planejar-antecipar-acoes-atingir-certos-objetivos-412713.shtml